sexta-feira, 17 de abril de 2009

Tudo tende ao tédio.



Há 4 anos atrás a internet não fazia parte da minha vida. Não como hoje, claro. É certo que uma vez ou outra eu era meio que obrigada a ir numa lan house- num tempo em que elas eram raras e super distantes da minha casa - perder tempo e dinheiro. No mais, vivia bem sem internet, computador e toda essa coisa viciosa que essas duas ferramentas trazem. Foi em 2005 que, por conta de um grande feito meu, minha mãe decidiu que era hora de nos presentear com a parafernália viciante. Que beleza. Que desgraça. Nessa mesma ordem.

Esqueci o que era telefone, papo no portão de casa ou qualquer forma de comunicação. Cartas, nem pensar. E-mail, cartão virtual, comentário no álbum de fotos, no blog. Sem contar no Msn, que ainda não era todo modernoso como hoje e me deixava agoniada com aqueles bonequinhos rodando. Ainda deixa, na verdade. Ah, esqueci de dizer que a minha internet era discada,ou seja, eu esperava até meia-noite, para depois esperar a boa vontade do meu provedor e só depois de uns 10 minutos estar na rede. Esqueci de dizer também que eu brigava com meus irmãos para ficar no computador. Brigas sérias, meu povo. Monopolizava da meia-noite até às seis da manhã( juro!) e das duas da tarde do sábado, até às seis da manhã da segunda-feira. Bizarro.

Nas minhas andanças, " conheci" um monte de gente, fiz amizades e me apaixonei virtualmente. Sim, paixão mesmo. E foi essa dita cuja que me abriu as portas do Orkut. Quem tem boa memória lembra que para se cadastrar no site era preciso um convite e tal. Coisa fina. Recebi o bendito passaporte e fiquei super bocó sem saber qual a serventia daquele site, o que eu ganharia com ele, se ao clicar, hackers não entrariam no computador, na minha vida, enfim. Adentrei o mundo azul. Foi quase um parto. Adicionar as pessoas no Orkut não era tão fácil como hoje. Pelo menos não pra mim. Havia um ar blasé, uma certa indisposição em fazer amizade e tornar o site popular. Fiquei quase 1 mês só com a minha paixonite como amigo. Uma beleza. Uma desgraça. Mais uma vez, na mesma ordem. Se eu achava o máximo receber recados dele, odiava quando os mesmos não chegavam, mas fulaninhadetal recebia uns dois ou três. Vai entender. E eu queria MUITO um depoimento dele. Sim, eu era bocó.

Eis que os convites foram para o lixo, as portas escancararam-se, os álbuns ficaram maiores, adicionar é bobagem diária e a quantidade de ferramentas é imensa. De bizarrices também. Não é mais a mesma coisa, não tem mais a mesma graça( pelo menos pra mim), mas eu continuo por lá. O carinha por quem eu me apaixonei também, mas tudo acabou depois de 2 meses e a gente nem se fala mais. Sabe como é...tudo tende ao tédio.


Ah, e hoje eu mando cartas. Sério!

3 comentários:

Mary_Flor disse...

Ai..Ai menina..concordo plenamente contigo!!!
Realmente acho que as coisas tem aquele gostinho BOOOM, quando são novidades. E a inernet, no geral, além de benefícios como rapidez, praticidade e informação à todo vapor trouxe também o egoismo e a individualidade.

Eu uso, não vou negar. Preciso, sou escrava dela.
Mas não aboli as cartas(amo e sempre amei escrever pros amigos), o papo com os amigos, o cinema.. a vida!!

Continua postando, viu?! Tava sentindo falta!!

Bjão garota. Bom findi^^

Alan Salgueiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alan Salgueiro disse...

Pois é, amore, o orkut ficou tão banal, o msn tão desinteressante, mas a gente até hoje conserva e conversa com pessoas que mostraram sua preciosidade, e aqui estamos desde 2006 talvez, certo?

Passei também por todas as fases o qual tu passaste, das paixonites, ciúmes, monopolização e brigas para o acesso, e a net discada até hoje viu, ainda bem que não preciso mais espero até meia noite, senão seria declarado uma espécie de cyber-boêmio...

Saudades!