sábado, 27 de setembro de 2008

Sobre o medo.


Se apresente aquele(a) que jamais sentiu a presença dele. É fato que ele vive comigo e, porque não dizer, vai comigo para outras vidas. É meu algoz quando tudo parece estar bem. Me tortura, tira meu sono, faz minha mente trabalhar no escuro e dá risada quando está indo embora. Com medo eu sou capaz de pensar nas piores coisas. E mais que isso, acredito nelas nem que seja por segundos. Eu odeio sentir medo. Talvez a raiva seja maior porque ele não aparece pra mim de modo que eu possa espancá-lo sem dó. Dentre as mais diversas capas que ele usa, a que mais me atormenta é a da morte. Não tenho medo de morrer, mas tenho medo de que as pessoas as quais eu  amo morram ou sofram. Não é egoísmo. É medo. Não é apego. É medo. É amor. E medo também. Vai ver é por isso que eu amo tão poucas pessoas, mas numa intensidade extrema. Não sei ser pela metade. Vai ver é culpa do medo. Vai ver  eu sou muito tola e não enxergo que o amor é eterno. Quem sabe um dia eu consiga internalizar isso. O fato é que eu estou de saco cheio e resolvi mandar uma carta pra Sr. Medo. Segue abaixo.

Caro Medo,

Alías, "caro" é o caralho. Onde já se viu chamar de "caro" uma criatura deprimente? Vou recomeçar.

Horrendo Medo,

Te odeio. Queria que você morresse, mas confesso que ás vezes( e só ás vezes) você me é útil. Eu não entendo porque razão você se diverte me vendo sofrer. Seria falta do que fazer? Estou de saco cheio da sua presença e tenho sentido que meu instinto tende a ficar cada vez mais agressivo. Sim, isso é um aviso. Melhor, uma ameaça. Decidi te manter preso e vou engolir a chave, certo? Como estou meio sádica, vou colocar grades médias para que você tome a ousadia de tentar fugir. Adoro perseguir cretinos. Vamos brincar de esconde-esconde. No escuro é melhor, não é? Estou animada. Vou jogar pimenta nos seus olhos, queimar suas orelhas com uma vela de 7 dias, arrancar seus dentes com alicate de unha,desenhar o mapa-múndi no seu corpo usando um estilete e o resto eu não conto porque senão, perde a graça. E antes que eu esqueça, vá pra puta que te pariu.

P.s:  E se vier, que seja armado, baby.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Sobre o que não me impressiona.


Faz um bom tempo que eu não me surpreendo com uma notícia. Quando me refiro a surpresa, é aquela coisa de deixar a boca aberta, o coração batendo forte, a mente em parafuso por um bom tempo. Coisa forte mesmo. E não é que a minha vida esteja parada. Eu diria que hoje ela está no auge da movimentação e não tenho faltas a levantar. Também não estou com instinto de velho sábio. Quem dera! A questão é que muita coisa se repete e, para uma pessoa que observa muito, a roda se torna cansativa. O oportunismo das pessoas não me impressiona. O mundo é feito de interesses mesmo. Nem vou falar de falsidade porque essa já é caduca, mas não morre. O teatro pitoresco no qual algumas pessoas vivem, também não me impressiona. Volta e meia sou convidada a participar como coadjuvante. A depender do meu humor, eu aceito. Não me faz mal vivenciar o que eu não gosto, desde quando eu tenho a certeza da medida exata do que não me apetece e do quanto a minha impaciência tem o poder de dominar a situação e me mandar embora. Fica tudo certo, tipo aquele negócio de cada um no seu quadrado, sabe? E o mundo roda, o teatro se renova e ás vezes eu conheço alguns coadjuvantes. Sem dúvida, essa é a melhor parte.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

"É que eu já sei de cor qual o quê dos quais e poréns,dos afins..."


Eu entendo o cansaço como a luz vermelha de um semáforo indicando que é hora de parar e deixar algo ou alguém passar. Pretendo não me preocupar com a luz verde. Menos ainda com a amarela. Que passe e não se preocupe em ser breve. Eu já perdi a noção do tempo.