sábado, 20 de fevereiro de 2010

Ela disse adeus.


Soraia não queria deixar pra trás os medos de toda uma vida. Mataria um por um antes de partir. Buscou relembrar de todos, organizá-los em fila indiana na mente aflita. A ânsia de dar fim ao que de nada lhe valia era grande. Sentiu saudade do que não fez quando algum deles estava por perto. Recordou das inúmeras lágrimas de desprezo por si mesma e por tudo que estava a sua volta. De que valiam as palavras de incentivo de um amigo querido? Não bastava acreditar. Soraia tinha que fazer acontecer. Mudou de ideia ao sentir que a empreitada levaria muito tempo e poderia a fazer desistir do principal. Arrumou as poucas roupas numa mala velha, ajeitou a bolsa colorida no ombro, segurou o caderno de tecido carmim contra o peito e partiu rumo ao que ela desconhecia. Porque melhor que matar um medo é encará-lo com olhos de quem não sabe onde vai chegar, mas pouco se importa com isso.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Por quê?

Perguntarão por que mudei. Acredito que quando tentamos explicar demais uma dada coisa ela fica óbvia. Sem graça. Obviedades só servem para fazer a cabeça balançar em sinal afirmativo.
Desconfio de gente que faz isso diariamente. Será que entendeu? Concorda com tudo?
Danem-se as cabeças e suas ideias que seguem em ritmo frenético o sinal positivo que não torna possível o não, o talvez ou o nada disso.