quinta-feira, 30 de abril de 2009

Para Eduardo.





Ontem foi o aniversário do Eduardo. Pra quem não conhece, ele é meu melhor amigo desde outubro de 2005. Nos conhecemos um pouco antes, meio que por acaso e superficialmente e jamais imaginaríamos que meses depois estaríamos juntos numa mesma sala, fazendo o mesmo curso e descobrindo tantas coisas em comum. No dia em que eu o encontrei na universidade e falei com ele com a intimidade de quem já se conhece há séculos, sem querer eu já dava início ao que hoje é essa relação de cumplicidade e afeto que nós dois construímos. Crescemos juntos, descobrimos coisas, sentimentos, personalidades, desejos. De certa forma, um marcou uma época na vida do outro com coisas simples, mas intensas. Daquelas que a gente sempre vai olhar pra trás e lembrar.



Ao contrário do que dita os achismos acerca da amizade-que-dá-certo, não somos totalmente iguais. Eduardo é do tipo sempre disposto, baladeiro, topa qualquer coisa pra se divertir. Eu já sou na minha, só vou se estiver muito a fim e troco uma balada por um filme bom sem pestanejar. Lógico que isso já foi um problema para nós dois. Às vezes ainda é, mas hoje, tanto eu quanto ele sabemos o limite de cada um e o direito que temos em decidir ser e fazer seja lá o que for, mesmo contrariando as expectativas do outro. Não há mais a necessidade de agradar a qualquer custo. Somos o que somos e ponto final. Ponto para nós!



O fato é que formamos uma parceria daquelas que são reconhecíveis por todos que nos cercam. Nos entendemos pelo olhar e deixamos claro, ainda por ele, o que nos agrada e desagrada, como se tivessemos ensaiado por dias aquela reação. O que falta em mim, está nele e vice-versa. Complicamos e descomplicamos aquilo que está aos nossos olhos sem esquentar a cabeça, achando graça e, no final ,sempre tiramos algo de bom. A nossa cuca é fresca.



As nossas vidas estão mudando - ainda que para nós dois, que sempre reclamamos, ela esteja parada- e a cada dia que passa o nosso elo fica mais forte, as decisões sobre os nossos caminhos mais próximas, o momento em que teremos a vida de "gente grande" também. A única coisa que eu posso desejar é que estejamos juntos, ainda que distantes, rindo de tudo e de todos, criticando nós mesmos e os outros e dando voos cada vez mais altos. Tudo isso sempre no nosso estilo cuca-fresca. Porque se melhorar, estraga.



domingo, 26 de abril de 2009

Sábado animado.


Esse foi um fim de semana histórico. Minha irmã viajou. Minha mãe e meu padrasto também. Meu irmão foi trabalhar. A casa ficou povoada apenas por mim e por meu outro irmão, mas esse nem conta porque só fica em casa durante as horas obrigatórias de sono que todo ser humano precisa. O tédio já está acampado por aqui faz um tempo e eu não sei como colocá-lo pra fora. Vassoura atrás da porta já não adianta mais. Então, como quem não tem outra alternativa a não ser tentar se entreter com o que já sabe que não presta, fui ver televisão. Antes que alguém me pergunte "ah, porque não viu uns filmes?", aviso: eu vi quase 10 filmes na última semana. Uma rotina de baixar uns dois ou três por dia. Logo, estou meio enjoada. Vai passar. Como eu ia dizendo, fiquei zapeando de canal em canal. Ri, quis chorar, espancar, quebrar, degolar, deprimi e ri de novo.


O primeiro programa foi o "O melhor do Brasil". Acho esse nome uma pegadinha, na moral. Se o melhor for o que eu vi, não quero saber do pior. Estava passando o quadro " Vai dar Namoro" que é tipo aquele antigo do SBT "Em nome do amor". Eu nunca acreditei nesses programas e, se você conhece alguém que já participou e confirma que é mesmo verdade e acontecem filas para encontrar um namorado(a), me apresente essa figura. Preciso tirar da mente que os produtores do programa pagam uns dez reais pra cada participante se sujeitar ao rídiculo. Troquei de canal. A Rede Tv é mestre em fazer programas toscos com a maestria de quem sabe que está fazendo uma porcaria, mas faz mesmo assim e tem quem assista. Alguém já viu um em que uma mulher bizarra fica fazendo caretas, terror e sedução pra induzir o telespectador a ligar pra ela e brincar o jogo dos sete erros? Ninguém liga. E se liga, nunca deve falar ao vivo. Ela fica com um relógio dizendo que vai dar os últimos minutos e quando eles acabam, ela continua dizendo que a pessoa pode ligar. Ou seja, uma pegadinha para a pessoa correr até o telefone, tropeçar no cachorro, quebrar o queixo e conseguir digitar os 20 números. Horrível.


As novelas da Record tinham tudo para serem boas e quem sabe até melhores que as da Globo, mas eu continuo achando que os atores globais que debandam para lá desaprendem a arte de atuar. Fanfarrões. A MTV já foi melhor, mas salvou um pouquinho do meu sábado. Só um pouquinho. Porque vê reprise o fim de semana inteiro é uma merda. E por falar nisso, assisti a reprise do CQC. Tá, é divertido, mas não é essa coisa toda que eu já ouvi falar por aí. O careca é o dono do programa e eu não entendo o quê aqueles outros dois fazem por lá. Não entendo mesmo. Mais uma vez na Rede Tv, Amaury Jr. estava no ar apresentando uma cantora que eu nunca ouví falar, mas que segundo ele, é amiga do Valentino e vai bombar com seu mais novo sucesso. Pedi pra morrer, mas não tinha quem me ouvisse.


A minha última tentativa foi na Globo, por pura falta de opção e paciência. Altas Horas já foi melhor, ou então eu não tive sorte ontem. De-tes-to aquela sexóloga Laura Miller, seu timbre de voz e suas explicações. De-tes-to mais ainda a maioria das perguntas que fazem para ela. " Qual a idade certa para transar?". Foi um menino com cara de uns 20 anos que perguntou isso. Deprimi. Se eu fosse ela, responderia: é como ir no banheiro, meu filho. Depende da sua vontade e oportunidade. Mas ela deu aquelas explicações didáticas que só servem para crianças. Meu fiapo de paciência foi pro ralo e eu fui dormir, mas antes vi que na Globo estava passando um filme de terror. Bizarro. Mais um sábado desse e eu peço pra sair.

domingo, 19 de abril de 2009

O expurgo.


- Oi, tudo bom? Olha só, eu sou um personagem, tenho interesse em algo que é muito próximo a você, de modo que a sua ajuda seria de suma importância. Calma, você vai ganhar com isso. Como disse antes, sou um personagem. Na verdade, vários. Posso ser o que você quiser, banco o palhaço, o pateta, o que ama todo mundo, até as formigas da África. Não largarei do seu pé até que a sua ajuda resulte em alguma coisa. Depois... bom, depois a gente se vê por aí.

Depois de alguns meses de digestão lenta e disfarçada, eu entendi a peça inteira e decidi jogar aqui pra ver se alguém se inspira, sei lá. Dá um espetáculo do caralho. Só não me chamem pra assistir ou fazer uma ponta. Agradeço imensamente.





sexta-feira, 17 de abril de 2009

Tudo tende ao tédio.



Há 4 anos atrás a internet não fazia parte da minha vida. Não como hoje, claro. É certo que uma vez ou outra eu era meio que obrigada a ir numa lan house- num tempo em que elas eram raras e super distantes da minha casa - perder tempo e dinheiro. No mais, vivia bem sem internet, computador e toda essa coisa viciosa que essas duas ferramentas trazem. Foi em 2005 que, por conta de um grande feito meu, minha mãe decidiu que era hora de nos presentear com a parafernália viciante. Que beleza. Que desgraça. Nessa mesma ordem.

Esqueci o que era telefone, papo no portão de casa ou qualquer forma de comunicação. Cartas, nem pensar. E-mail, cartão virtual, comentário no álbum de fotos, no blog. Sem contar no Msn, que ainda não era todo modernoso como hoje e me deixava agoniada com aqueles bonequinhos rodando. Ainda deixa, na verdade. Ah, esqueci de dizer que a minha internet era discada,ou seja, eu esperava até meia-noite, para depois esperar a boa vontade do meu provedor e só depois de uns 10 minutos estar na rede. Esqueci de dizer também que eu brigava com meus irmãos para ficar no computador. Brigas sérias, meu povo. Monopolizava da meia-noite até às seis da manhã( juro!) e das duas da tarde do sábado, até às seis da manhã da segunda-feira. Bizarro.

Nas minhas andanças, " conheci" um monte de gente, fiz amizades e me apaixonei virtualmente. Sim, paixão mesmo. E foi essa dita cuja que me abriu as portas do Orkut. Quem tem boa memória lembra que para se cadastrar no site era preciso um convite e tal. Coisa fina. Recebi o bendito passaporte e fiquei super bocó sem saber qual a serventia daquele site, o que eu ganharia com ele, se ao clicar, hackers não entrariam no computador, na minha vida, enfim. Adentrei o mundo azul. Foi quase um parto. Adicionar as pessoas no Orkut não era tão fácil como hoje. Pelo menos não pra mim. Havia um ar blasé, uma certa indisposição em fazer amizade e tornar o site popular. Fiquei quase 1 mês só com a minha paixonite como amigo. Uma beleza. Uma desgraça. Mais uma vez, na mesma ordem. Se eu achava o máximo receber recados dele, odiava quando os mesmos não chegavam, mas fulaninhadetal recebia uns dois ou três. Vai entender. E eu queria MUITO um depoimento dele. Sim, eu era bocó.

Eis que os convites foram para o lixo, as portas escancararam-se, os álbuns ficaram maiores, adicionar é bobagem diária e a quantidade de ferramentas é imensa. De bizarrices também. Não é mais a mesma coisa, não tem mais a mesma graça( pelo menos pra mim), mas eu continuo por lá. O carinha por quem eu me apaixonei também, mas tudo acabou depois de 2 meses e a gente nem se fala mais. Sabe como é...tudo tende ao tédio.


Ah, e hoje eu mando cartas. Sério!